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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Fragmentos no temporal

Foto: Francisco Sousa

Sentiu as  inutilidades perto de sí
Perdeu-se em alguns segundos
Não escondeu em face o que sentia
E mesmo diante de tantos sorrisos
Sabia que alguém aos prantos chorava.

Chorou o mar, chorou o céu
Lágrimas que lavaram os pés
Que banharam os corpos
Que derrotaram os planos
Que encurtaram promessas de anos.

Nenhum som foi possível de levar  a fantasia
Ficou instável na multidão
E não consegui expressar nada
Embora seu íntimo sentisse que o barco naufragou
Tentava esconder e sentia o mesmo amor.

Viu que os olhares distantes
Também procuravam recordar alguém
Mas não sabia o que o outro coração sentia
Então preferiu ao mesmo ponto fingir uma alegria .

Foi uma sensação de desprezo
Sentir-se uma gota d'água no mar
Como não querer ouvir
Como fingir inexistência, como não falar?

Foi  chuva de verão
Que molhou a terra e restaurou a mesma sensação
Foi o improvável
Encontrando no peito, a mesma  emoção.

E onde ficou o esquecimento?
Onde foi morar a superação?
Se as pupilas dilataram
E o coração saltitou profundamente
Se as pernas não encontraram equilíbrio
E a  chuva alegrou a velha semente.

Foram segundos, um filme de acontecimentos
O tempo não havia apagado a loucura
E o mesmo querer bateu fortemente
Correndo  na mesma procura.

Chegou o frio, chegou um temporal, mas nada aconteceu
O pobre coração no fim da noite entristeceu
E chorou o mar, e chorou a semente
E chorou  amar perdidamente.

Por: Francisco Sousa