Perdeu-se em alguns segundos
Não escondeu em face o que sentia
E mesmo diante de tantos sorrisos
Sabia que alguém aos prantos chorava.
Chorou o mar, chorou o céu
Lágrimas que lavaram os pés
Que banharam os corpos
Que derrotaram os planos
Que encurtaram promessas de anos.
Nenhum som foi possível de levar a fantasia
Ficou instável na multidão
E não consegui expressar nada
Embora seu íntimo sentisse que o barco naufragou
Tentava esconder e sentia o mesmo amor.
Viu que os olhares distantes
Também procuravam recordar alguém
Mas não sabia o que o outro coração sentia
Então preferiu ao mesmo ponto fingir uma alegria .
Foi uma sensação de desprezo
Sentir-se uma gota d'água no mar
Como não querer ouvir
Como fingir inexistência, como não falar?
Foi chuva de verão
Que molhou a terra e restaurou a mesma sensação
Foi o improvável
Encontrando no peito, a mesma emoção.
E onde ficou o esquecimento?
Onde foi morar a superação?
Se as pupilas dilataram
E o coração saltitou profundamente
Se as pernas não encontraram equilíbrio
E a chuva alegrou a velha semente.
Foram segundos, um filme de acontecimentos
O tempo não havia apagado a loucura
E o mesmo querer bateu fortemente
Correndo na mesma procura.
Chegou o frio, chegou um temporal, mas nada aconteceu
O pobre coração no fim da noite entristeceu
E chorou o mar, e chorou a semente
E chorou amar perdidamente.
Por: Francisco Sousa